segunda-feira, 29 de março de 2010

Chuva... (só tu me fazes recordar...)

Oiço-te lá fora cair, e sinto-me estranho aqui... O tempo já não é o que era, as lágrimas agora são apenas gotas de um oceano sem fim... O vento agora é som que me sussurra para continuar, é a força que me empurra, quase que me faz voar... Neste momento, tudo é chuva, tudo é nova aventura que pretendo encontrar...

Cada passo que dou é mais distante do anterior, cada palavra que agora digo é maior que a posterior... Se por um lado perco vontade de falar, por outro ganho vontade de parar... às vezes só quero descansar, deixar estar, aguardar, ver o mundo à minha volta rodar, sentir a chuva cair, ser momento e nunca mais partir, quero ser tudo o que houver, ser tudo o que está para vir... Há em mim um desejo de alcançar, há em mim um desejo de mais longe chegar, um desejo que em tempos representou todo o meu sonhar, hoje em dia é apenas sombra do caminho pelo qual estou a caminhar... Se chuva cai, molhado hei de ficar, o tempo aperta-me o ar, não me deixa respirar, eu quero ser céu, e acabo por ser mar...

Já não sei quem sou, onde é o meu lugar... Depois de tanto lutar cheguei a um lugar onde decidir é existir, onde interessa mais escrever do que desenhar, um lugar onde o sonho deixa de ter lugar, e onde uma outra realidade toma lugar... Alguma coisa está partida... Não sei o quê, mas sinto-a... e por vezes é doloroso demais sentir, noutras vezes penso que seria de mim se assim tal não existir? Cada gota de chuva que lá fora cai, é mais uma resposta que não consigo interpretar, é mais uma vontade que me leva a ficar aqui e continuar...

A vida são 2 coisas... A primeira é respirar, sem ar o que poderia restar, que seria de mim se não pudesse suspirar? O ar, é o que me faz voar, é cura ao meu veneno, é tão simples que me afasta o medo de em qualquer lado estar... A segunda é amar... Que seria de mim sem te amar? Conseguiria eu sobreviver, sem teu amor conhecer? Seria eu capaz de respirar sem por ti suspirar? Este amar, é a luz que sempre me está a guiar, é a força que me leva a correr, a tentar saber, porquê, porque quero viver, se longe de ti não mais consigo ficar, se sem ti o tempo é magoa que doí sem se ver, se sem ti nada é o ser... Entre respirar e amar, sem ti não consigo ficar, e mesmo no meio de toda esta chuva, fico a rezar para que ao meu lado apareças, ao teu lado preciso de estar...

Sabes uma coisa? Não sei como é que aqui consigo estar, se por um lado nada tenho, por outro sem nada vou ficar... Esta tempestade, não é apenas fora, mas dentro, não é apenas brisa, mas também vento... Vento de mudança obrigatória, tempo de escrever nova história, uma que fique para no futuro se vir a contar, uma que fica registada num livro, para mais tarde alguém recordar... A minha vida em tudo está a mudar... Nos últimos meses tudo está a tomar um novo roteiro, algo que fica dentro de um mosteiro, de onde nada sai, tudo há de ficar, num local que todos ficamos, mas que eu quero quebrar...

As pessoas costumavam me perguntar: “Porque queres tu tanto alcançar?”... Criança, simplesmente lhes respondia, com alguma atitude, arrogância, e postura divina, “Nasci para brilhar”... Mas chove, e do céu também caio... vou demorar a voltar a subir. Porque vejo algo emergir... Tenho tanto para construir... Tudo recomeçou, e sozinho estou a lutar, mais uma vez aos poucos estou a tentar, aos poucos destruo e vou continuando a imaginar, não sou um anjo, mas humano também não, fico-me, e vou-me deixando ficar... Sinto-me no meio de tudo, no meio de onde devo ficar...

Só quero uma coisa... Alcançar... Quero voltar a sonhar, ser Homem que sonha e que tem permissão para criar... Agora que renasci, é difícil, mas penso estar a conseguir, estou a caminhar gradualmente para este querer, estou agora oficialmente a desejar, vou voltar, vou ser quem sempre fui e chegar a quem sempre quis chegar... Tudo isto é chuva, tudo isto são pequenas partes da mesma ideia, são um todo com que quero ficar, são tudo aquilo que no fundo me faz em terra voar...

Amanha não prometo, e juro que não tento mudar, agora tenho este objectivo e este vou alcançar... Vou ser o homem que sempre me quis tornar, ao pouco tudo isto construir, ser, a mim incutir, herói de um dia, homem de um mundo, anjo de um segundo...

Chuva, só tu me fazes recordar...


"D3S - Feel this Dream"


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Listening: "Catharsis" - Fingertips

terça-feira, 23 de março de 2010

Novos Céus de Sonhos Contados...


Perdi a conta de quantas vezes respiro por dia... Já não sei se respiro, ou suspiro num ritmo desenfreado de vida amada, pura e falada na minha mais interior voz...

O tempo é algo rápido em que permito dúvidas quanto se serei capaz de o alcançar, não o deixo, não o quero deixar, sem querer deixo-o passar, corro atrás, fico a imaginar se eu o conseguisse dominar, seria diferente, ou teria o mesmo olhar? Talvez não valha o esforço de procurar um esboço de um projecto, desenhado, pouco concreto, daquilo que é viver, querer e ter, porque para aqui estar, basta o simples, amar...

As ideias são pedaços de papel que se deixam esvoaçar, são bocados de pensamentos que se criam por que se devem criar, são espontâneas, mágicas, momentâneas, são aquilo que precisamos, são aquilo que mais adoramos e por vezes sem querer o que mais odiamos... As minhas ideias, são a minha alma a funcionar, são a minha voz a ler, os meus ouvidos a escrever, uma canção de embalar... uma história, poesia de caminhar, é aquela que me ocorre em qualquer lugar, sem espaço, num terraço, num local escasso, mas que a imaginar permite voar, que a amar permite adorar, que a sorrir me permite divertir e contigo sonhar... Contigo sonhar, é mais, é mais certo que amar, se meu pensamento escolhesse um lugar para viajar, de certo que serias tu o lugar onde ele iria ficar. Ninguém me disse que viver ou lutar, fácil seria tentar, eu tento e continuo a tentar, falho e continuo a falhar, mas mesmo assim, tu meu sonho ficas sempre para me acompanhar...

Há uns dias, caminhava sem rumo, cantava uma música para me acalmar, vi estrelas por cima de mim a brilhar, parei, hesitei continuar, mas aquele momento era tão mágico que tinha de ali parar. Sem razão aparente, aquele momento atraente fez-me ali ficar, eu era magia que aos poucos caia como agua que dos céus cai, sem mais, sem mais contar, eu era aquela parte que ali se estava a completar. Vazio de mim, cheio havia de ficar, o relógio estava noutra dimensão, ali estava eu e apenas o meu coração. Olhei, e sem mais me deixei... Quem era eu para me contentar, o meu coração pedia mais e mais eu queria alcançar, debaixo de um céu tão pequeno como poderia eu lá chegar.... Quem não desiste, quem nasce para lutar, assume um risco e fica para continuar, mesmo sem razão ou dor de emoção, eu ainda acredito que nasci para brilhar... Aquela estrela, aquilo sim era brilhar, se como ela eu fosse capaz neste mundo lançava a paz, e comigo levava a guerra para a transformar, em ódio transformado em saudade de amar, um desejo mais profundo que nunca se consegue alcançar... Sentei-me, eu queria entrar, fosse onde fosse eu só sentia o coração estalar, poucos momentos como aquele poderia eu ter para me confessar, e sem mais nem menos tinha eu a mão estendida no ar. Pedi que ao topo pudesse eu chegar, pedi que eu um dia fosse capaz, de ser um brilho mais forte que aquela luz solar...

Eu pensava, que podia eu fazer, agora que tinha o poder não sabia sequer como me envolver... Estou a construir, a cada dia há um ruir, mas a cada segundo há um novo partir, um novo abrir, que se vê crescer e manter como se fez, ou então que se vê inovar, aumentar, como se queria, como era o inicial sonhar... Novos céus, tantos véus poderia eu optar, porque escolhi estes e não outros que antes me fizessem acordar? Viver é o sonho acordado que se quer optar, é a luta entre o descansar e o trabalhar, é o sorriso que vemos antes de viajar, é o brilho nos olhos que nos faz querer sempre olhar... Cheguei ao mundo e cá fiquei, agora parece que regressei sem partir, que mudei sem a mudança surgir. De tantos céus para escolher, foram estes que amei, foram estes que me ensinaram a errar, poderia ter feito de outra forma, mas de alguma teria que tentar. Não é tudo possível, se não for capaz de imaginar, se neste mundo quiser construir, algo real para ficar, tenho que os meus sonhos contar, tenho que pegar e de novo falhar em criar realidades para me encontrar, tudo repetir até aqui chegar, é este o poder que tenho, e do qual nunca irei abdicar...

Herói de palavras vagas, professor de mim nas horas vagas, quem sou eu para aqui falar, sou apenas eu e tudo aquilo que de alguma forma quero desabafar, se as emoções são como lágrimas a declinar, estes sonhos te conto porque quero mesmo te contar... Pensa no meu lugar, conseguirias contra o mundo lutar, sozinho, e sobreviver para a história contar? Certo é que é este o meu lugar, todos os outros sempre acreditar, viver numa fé que me venha a alegrar, criar um sonho que um dia me coração vai brilhar... São tantos os novos céus que não posso optar, são tantos os novos céus que agora são a razão do meu respirar que por muito que eu fale nunca serei capaz de explicar, infelizmente como eu é difícil de encontrar...

Vento que bates na minha janela, sê Cinderela e uma pista deixa-me ficar, diz-me o sitio para onde me queres levar, só quero saber meu rumo e contigo imaginar o dia seguinte, o dia em que estou a acordar... Vento que causas tragédias, que és responsável por misérias, és quem cultiva a natureza, és quem acorda o sol com beleza, és tudo aquilo que preciso para poder continuar a inovar nesta luta de quem tem mais amar... Os meus passos são tão curtos, o meu tempo escasso demais do que eu queria pensar, se não me ajudas fico, e vou sem voar, sem tua ajuda vou ter de caminhar, mais uma vez sem alguém me acompanhar, sem ti vou ser mais uma vez aquele que é a agua que por ti vez passar...

Centro do mundo, local de onde vejo tudo girar, agora sou aquele que te vê caminhar, numa corrida para acompanhar tento me manter no meu lugar, mas é difícil, e vou eu a acelerar, será que consigo? Tento acompanhar? Nem eu sei responder, quero é tudo isto saber, quero poder de novo contar, quero a cada momento poder alterar, um passado contado, um futuro inacabado que neste momento estou a construir e brevemente vou acabar, ao fim de tudo, em mim continuo a acreditar. Mesmo que veja o mundo agora mesmo parar, eu vou continuar a ser o centro pelo qual ele vai rodar...

Cada sorriso meu, é uma moeda de ouro perdida no fundo do mar, quando encontrada dá sempre muito que falar, ou então cria um segredo, o qual ninguém quer contar. A ti oiço, a ti oiço falar, não sei como te ajudar, mas aqui vou estar sempre para te ajudar... Numa vida de contar, tudo o que são hipoteses serve para confirmar, sê forte e tal como eu vês o mundo à tua volta girar. Eu? Não tenho para quem falar, sou humano que se quer forte para se aguentar, o mais difícil é não ter força sequer para chorar... Cada novo acordar é mais sorriso, mais um pouco de açúcar na receita a que chamam "lutar".

Enfim, só quero dizer uma coisa para esta chuva parar, o mundo pode amanha acabar, que mesmo assim eu vou estar aqui para brilhar. A Esperança, a fé, o simples acreditar, o sorrir, o pedir, o querer e o perdoar, são condições que tem que se ter quando se quer mais alto voar. Se queres ser algo mais intenso, assume, tens que ter um brilho no ar, um sopro na forma de amar, ser destemido e sempre continuar a tentar, perseverante e amante, do sorriso como forma de a cor no mundo aumentar... São novos céus, são sonhos contados, mas são sonhos desejados, pega e não deixes escapar, quem ama, há de sempre amar, quem sonha, para sempre há de querer sonhar.

"D3S - Time to..."