domingo, 21 de junho de 2009

A intensidade dos Momentos...


Sonho… Respiro… adormeço, quero ir comigo… Quero olhar-me, sentir-me, saber quem sou… não espero que me leves nem que me tragas… meu sonho deixa-me voar… Deixa-me ser o mundo, deixa-me ser o tudo, deixa-me seguir esta jornada, deixa-me ser o nada… Eu quero olhar ver como és… ter a tua essência, ser a tua alma… sonho meu que me pertences… na esperança de te amar, no desejo de te ter… Só quero sonhar…

Alma… minha aura, meu ser que és sem o seres… Oiço a tua musica, vejo a tua cor… sento o teu cheiro e o calor do teu conforto… Porque acredito… não sou agua, fogo ou terra… sou o ar que tudo tem para levar…Eu não sei onde estás mas procuro-te… No desejo de não estar só procuro a tua luz, o meu ser…

Luz… Que sou em tudo a que me dou… não vivo para esperar… sonho por acreditar… os meus olhos já não te vêem… és tão forte… és a essência de um sonhador, o pesadelo de um conservador… iluminas o meu rosto em cada pestanejar, levas-me ao inesperado sem nunca se acreditar… Não sou quem sou, nem quem quero ser… Sou eu… apenas eu… o meu legado na luz que não acaba…

E la no meio estou eu… a procura de te encontrar… estou mais perto…. Mais perto daquela estrela com o meu nome… Daquele sonho que não esta mais por reservar… Não sou tudo, nem sou nada… sou quem passa a vida a amar quem quiser ser amado…

O dia depois do amanha…


Acabei… talvez ainda não esteja em mim, ou a minha mente me traia, mas acabei… No dia depois do amanha fiz o que o meu coração me mandava fazer… Depois de contadas noites mal dormidas eu tinha que me levantar… eram 8h, na teórica tinha tido 5h de sono, mas a pratica não contava a mesma historia…

Cheguei de manha e vi toda a gente…. Vi quem tinha de ver e senti a infinita presença de quem devera sentir… E deixei tudo acontecer… Vi sofrimento, magoa, saudade, arrependimento, 7 tios, 7 pessoas, 7 histórias diferentes… E cada olhar que por mim passava me deixava uma marca… um sinal que eu estava acordado, que eu estava atento… E naquelas tremendas voltas andei eu… passo por passo, movimento por movimento, nem uma lágrima me ocorreu… Não podia, não era isso que querias avô… querias que eu estivesse ali, firme, que abraçasse quem precisasse, que desse aquele carinho que so com o olhos conseguias dar…

Não sei como sabia isto, mas também não me preocupei em saber… Abandonei as lógicas e os debates… agora guio-me pelo que acredito, guio-me por mim… Como neto rapaz mais velho eu tinha que ali estar… Oh avô e quanto eu sofri… tu estavas bem, eu sabia que sim, tu disseste-me nas tuas ultimas palavras para comigo… Olhando tudo aquilo eu tinha que ser forte… forte por mim, por ti, pelos tios, pelos primos, pelo mundo, pela vida, por tudo o que sabemos e que não sabemos que existe…

E então acordei de manha e peguei em muitos lenços… Eu sabia que iam ser precisos, e não queria ver ninguém chorar… Oh avô, isto hoje não é uma das reflexões da minha filosofia… é a nossa realidade, a minha realidade…. EU não chorei… É verdade… eu acredito que tu estas bem, tal como me disseste… Acredito que estas num sitio bem melhor do que aqui estavas meu avô… Dividi-me em alma e corpo… deixei a alma imaginar, criar, usar liberdade de alcançar… o meu corpo levava a minha alma, e comigo tentei estar em todo o sitio…

Olhei-te prima… quando perto de mim chegaste percebi que tinhas o olhar numa vastidão maior que a minha… E então decidi ficar perto de ti também… E assim tudo fiz… eu estive ali, cansado, triste, só, mas ali pronto para o que de pior podia ver… Não chorei mas tive orgulho de mim… Sabia que estava a cumprir a tua vontade avô… Aquele vento que tanto gosto soava-me nas costas… companheiro das minhas horas, estavas tu ali quase numa tentativa de me acariciar… Eras frio, mas reconfortante… batias no meu rosto so para dizer para eu acordar… Tentei não exagerar nos sorrisos, não cair em esquecimento de alguém, e naquele minha maratona sei que fiz o que tinha a fazer… enquanto te abraçava pai, percebi que és tudo o que um filho tem neste mundo… Os teus olhos mostravam a saudade, a dor, as recordações de um passado longínquo que agora nem isso mais eram… Porque tanto faria terem passado 2, 20, 40 anos, naquela hora nada daquilo fazia sentido… A tua dor reflectia o teu desejo de mudar o tempo, de pedir mais tempo, de vencer o tempo… Oh pai, eu fiz o que podia para não te ver mais sofrer… abracei-te quantas vezes acreditava que fossem precisas…

Ao te abraçar anjinho, fiquei com a tua dor… não a perdeste, mas partilhas-te comigo… Eu senti na pele o gosto amargo de viver apenas nas recordações… mas mesmo assim não entristeci… Eu sabia que estavas bem avô, e então concentrei-me naqueles momentos em que andavas de bengala, ou a dar comida ao gato, ou ate mesmo naqueles momentos em que vias as tuas vinhas na esperança de ter uma colheita perfeita…

E depois de nos despedirmos tudo acalmou aí… o mundo parecia ter dado uma volta de 360º e claro, ter ficado no mesmo sitio…

A intensidade dos momentos é a alma das palavras que nem um poeta consegue expressar…

Voltei a casa, com todas aquelas recordações na mente… fui me certificando que todos estavam bem, e aos poucos fui voltando ao trabalho… São 01h45 da manha de Domingo e eu estou aqui na minha varanda como todas as noites…. Procuro agora incessantemente a tua estrela… a estrela que sempre foste, a estrela que sempre brilhaste…

E é nesta noite que me despeço… Até já avô… a vida são dois dias e um já passou… e eu juro-te que vou dar o que tenho e o que não tenho, para honrar cada mísero segundo de vida que contemplo…

A ver o mundo, a lembrar-me sempre de Ti…

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O silêncio das palavras…

Não consigo dizer nada… apenas adeus… A minha alma chora por entre os cantos da solidão de assim te ver… Doem-me as mãos, a cabeça, o coração… mas como me ensinaste estarei aqui para aprender… Eu posso não saber o amanha, o hoje, não saber o destino, ou o fim da vida… mas tal como tu, vou tentar dar ao mundo a simplicidade que só o amor sabe dar…

Na simplicidade de um camponês, viveu uma vida cheia de aventuras… Não se dava a grandes reflexões, não pedia muito, mas a sua alma era a imensidão do mar… Tinha um coração do tamanho do mundo, onde todos cabiam e havia sempre lugar para mais um… Não pedia fortuna, nem luxúria, nem desejava pecar… Apenas vivia na constante esperança de estar no seu lugar… e lá sempre esteve… Não sabia ciências ou matemáticas aplicadas… não usava um computador ou desejava um telemóvel… Como a vida o ensinara, sonhava com os seus pés no chão… Ele podia não ter nada, mas era um tudo… era um tudo completo por todas as pequenas coisas que compunham a vida, pelos momentos, pelos sentimentos… Durante a sua vida esmerou-se por sempre tentar… lutou desde sempre, seguiu o que acreditava, persegui o que sonhava… Teve uma família, uma vida à sua volta… E naquela simplicidade de uma boina para sempre o recordo…

Lembro-me de quando te visitava… sempre com uma graça, sempre pronto a fazer sorrir… Aquele teu sorriso espontâneo nascido do desejo de me fazer feliz era inabalável… Recordo quando me davas concelhos, quando tentavas guiar-me… Resumidamente no final apenas uma coisa me transmitias… “Sê feliz”… é o que tenho tentado… dizias-me sempre com aquela tua dócil voz que eu estava grande, e que eu ia crescer… Se eu queria voar, tu davas-me asas… Apoiaste-me sempre, desde sempre, e naquele teu silencio das palavras tudo eu entendia…

Aquele teu silencio das palavras… lembro-me quando me olhavas vagamente… Sentia-me abraçado e no fim, mais rico… Sabias o que sabias… e nem imaginavas o quanto isso já era… Não te impunhas ao mundo, deixavas que ele te levasse… E no continuo desejo de viver, respiravas cada momento como se o amasses… Nos teus olhos eu lia a humildade de das lágrimas que choravas… Nas tuas palavras ouvia-a a coragem que me davas… Nos teus gestos, a força de amar, e no fim de tudo via a vontade de continuar… Não tinhas limites… Não paraste de ver crescer, não desististe de acreditar… criaste, e alma a tudo deste… Rezavas por ti, por mim, por todos nós… Estavas sempre pronto a contar uma historia, mas já a historia de uma vida…

Não vivemos juntos, não contamos uma historia de triunfos, mas cada segundo ao teu lado, foi um passo para ser o que sou… para ser aquilo que o destino me traçou… E agora olho para ti… és uma estrela que sobre nós brilha... Sejamos honestos, eu não sei porque aqui estou, eu não sei porque nasci, o que tenho que fazer, o que me compete a mim imaginar…. mas sei algo… Sei que ao meu lado sempre tiveste… Podias não ter as respostas as questões que tinhas, mas à tua medida assim foste feliz… Podias não saber a razão de aqui estares mas deste sempre o que tinhas para alguém amar…

Tantos filhos tiveste, outros tantos netos quiseste… Estivemos na tua vida da forma como pudemos… Lembro-me de mim e do meu Pai… lembro-me das nossas manhas das nossas visitas… Lembro-me daqueles caminhos que na simplicidade de um caminhar fazia-mos… Lembro-me de chegarmos e no campo estares, dos teus vinhos, simples, mas divinos… Recordo a tua vida, a tua essência e o tanto carinho que tinhas para dar…

E quero ser como tu AVÔ… Quero marcar o mundo que me rodeia à medida daquilo que acredito… quero fazer os outros felizes… quero passar aventuras e desventuras, emoções e desilusões… quero cair, sofrer, chorar apenas para depois me levantar… Quero ser forte como tu… Porque em toda a tua vida cumpriste a tua missão… Vou ter saudades tuas avô… vou ter saudades de ver aquela tua boina, a descer aquela rampa junto a tua moto, a vir ter comigo e com o teu gato… Vou ter saudades de ver a tua força avô… De te ouvir brincar com os meus pais, de sentir o teu aperto de mão…

Agora a ti Pai… A ti prometo aqui sempre estar… perdoa o que sou na humildade das minhas lágrimas… Nos teus olhos vejo um mundo a cair… vejo um império do auge sair… Quando choras a minha alma chora contigo… quando cais eu caio contigo… quando te sentes só eu sinto-me perdido… perdoa-me… perdoa o que te faço de mal… Porque eu olhar para ti vejo o que sofres e as minhas lágrimas saem no silencio das palavras… Nada consigo dizer-te, apenas força tento remeter-te… Eu estou contigo Pai… e por tudo aquilo que és, orgulho-me de isto te chamar… Pai… Estamos juntos, aqui ou ali, agora e daqui a pouco também…

Triste meu silencio vindo destas palavras… Na promessa de te honrar avô te digo, Obrigado… Por seres aquilo que foste, por teres vindo à minha vida e por mim teres olhado… Só desejo que sejas feliz naquela tua luz que apenas nós os três sabemos… Neste nosso silencio te digo…

ATE SEMPRE AVÔ

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by Dreams663"The Shine Of Your Days"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O sentimento...


Caminhavas em direcçao a algo que eu nao fui capaz de alcançar... Quando te vi, percebi que algo nao estava bem... senti-me longe, mas ao mesmo tempo perto... Não és igual ao que faço na minha vida... és muito mais... ultrapassas-me na necessidade de uma palavra, num desejo de ouvir... Ao pe de ti sou fraco, sou agua, sou terra, sou alguem que se perde para te encontrar... E ali estavas tu...

Olhei para ti e senti o frio nos teus olhos... estamos no verao, e o meu coraçao congelou ao ver a tua alma... tinhas medo, receio, estavas cansada, quase que desfeita à procura de um vento que te levasse os problemas... Mas eu nunca iria deixar que tal acontecesse... como sempre estou aqui, como sempre perdido em mim, dou-te o que tenho...

Se tu tens medo, eu tenho mais ainda... Se tu sofres eu sofro mais ainda... Se choras eu choro mais ainda... A diferença reside no facto de eu nao desistir de te encontrar... Balançado naquilo em que acredito, a esperança foge por entre os dedos... Os sonhos ganham força nos desejos dos perigos ultrapassar...

Nasci para brilhar, para te ver brilhar, para ver os outros brilhar... Procuro luz onde ela nao existe, e busco força onde ela todavia persiste... Nao sou Deus, nem a vida, mas sou aquele teu anjo que sempre te quer amar... Nao tenhas medo, nao digas nunca, nao esperes pelo inesperado... sente o que o presente te pode dar, me pode dar, nos pode dar...

As minhas palavras nada mais sao do que o reflexo da minha alma... so olho para o mundo, porque acredito que um dia ele olhe para mim... Mas olho para ti, porque és tu aquilo que um dia desejo ser... Desde há dias que vivo preocupado... Sonho contigo, falo contigo, mas tudo aquilo que quero dizer.te, ultrapassa-me tal como tu...

Eu posso nao ser quem mereces, nem quem tu queres, mas este sou eu, e o meu sentimento das palavras...

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by Dreams663"The Shine Of Your Days"

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A tua cor...


Olhei para ti e estavas diferente… não és ninguém… és algo… mas o teu encanto é superior a muito… O destino finalmente encontrou-me… não sei o que quer, nem o que fará… apenas que vou ser arrastado por ele…

Acordei numa manha sem força… só tu brilhavas lá em cima, bem alto… a tua voz era tudo o que ouvia… E, como a cada dia, fui a procura de algo melhor… Por entre as sombras da manhã e as luzes da meia noite estava eu a caminhar…

A esperança é um caminho injusto que deve ser percorrido… Nascido para brilhar, tinha algo a fazer pelo meu mundo… E então continuei… Deixei o Universo rodar à minha volta e ali fiquei…

Era o centro do meu mundo, sou o centro do meu mundo… Serei o centro do mundo… Esta manha tudo era vazio… cinzento, escuro… olhava à tua procura e não estavas em lado nenhum… e como em todos os dias, eu continuo a acreditar que vais aparecer naquela porta, naquela rua, naquele caminho, naquele mundo…

Vivo entre memorias que me deixaram assim e recordações que me fazem avançar… Eu tenho que tentar… tenho que falhar… Se tiver medo de o fazer, nunca vou conseguir… E então jogo tudo… tudo o que tenho, e do que tenho, tudo… Respiro a cada dia, tento dar cor a ti… voo, só para te ver sorrir, para eu sorrir… Espero-te, porque sei que só tu mereces que eu espere…

Sozinho no mundo, para sempre aqui para ti… a minha cor, a tua cor… Não perco a fé… porque o único que não me pode mentir, sou eu… Tenho a vida Moldada ao gosto de uma esperança… a minha esperança… Tenho os sonhos criados num brilho… no meu brilho… Que dias… as palavras desafiam-me faltando aos poucos e voando em cada um… E agora olho para ti…

Tal como sempre, desde pequeno, desde graúdo, fico aqui a espera de vos ver… aquelas estrelas que iluminam a escuridão… aquelas estrelas que brilham em imensidão… Porque tal como elas vivo num brilho, sem nunca ter um destino…

Estou mais perto… mais perto de ti… mais perto de te encontrar… Agora sei que eu sou quem sou… Eu não sou quem quero ser, mas sim quem sou… eu não sou aquilo que gostava de ser, mas aquilo que dizem que sou… Eu não sou nada… sou quem sou, e isso é o tudo melhor que podia ser…

Crente em mim, sonhador, homem de esperanças e sonhos por alcançar… que num mundo cinzento procura a tua cor… A tua cor de mar, de céu, de luz, de estrela, a tua cor de mim… Aquilo que sou, o meu reflexo, alma que vivo para dar…

Preenchido pelo ar, Atento a ti… Sonhador de esperanças, criador de realidades… procuro… a tua cor…


por: Dreams663 - "I am the Shine Of Your Days" (12/06/09)

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Listening: 3 Doors Down (Album 2008)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Coração de Estrela...


Coração de estrela... Coração de quem tenta brilhar...

Mais um dia a apanhar chuva, nao só na face, mas na alma... Em busca de algo que me fizesse pensar em algo mais feliz que as inesperadas memorias que me ocorriam a cada inspiração... Mas olhava para mim e via força espalhada pela alma... e então, lentamente, tentava juntar aqueles pequenos fragmentos que em mim residiam, e criei algo mais forte, mais solido...

Após isto, só tinha vontade de voar... voar para longe, voar para perto, voar sobre mim, voar sobre os outros... Não foi acidente, foi apenas um encadeamento de acontecimentos... Queria perder esta sensação de estar preso, de falta de poder, de imcompreensao... Queria respirar, respirar algo mais puro, saltar, saltar mais alto, falar, cantar e cantar... Abandonei-me para isto poder fazer... e fi-lo... Deixei a razao sair... dei asas ao coraçao, para que podesse a minha emoçao falar mais alto...

Coração de estrela... Coração de quem quer brilhar...

O desejo que ascende em mim é forte demais... aquilo que sinto por ti, ou por mim é extremo... e assim vou seguir... Olhava eu à volta do meu mundo... a esperança nascia dos cantos da minha memoria... as tristezas floriam, as lagrimas encaminhavam os meus olhos... Eu tinha medo de mim... medo do que podia querer... Medo de desiludir... Até que percebi que o que devia temer, era nao tentar... A cada segundo vindo do meu pulso, destinei algo diferente... a cada minuto, ofereci uma recordaçao diferente... a cada hora, criei uma nova esperança, e no fim do dia, um novo sonho... o sonho de:

Coração de estrela... Coraçao de quem brilha...

Eu escrevo pecados e não tragedias... A minha voz é tudo o que oiço... o meu vento, é tudo o que me guia... Olho para o ceu, e penso que estou la... Tenho o coraçao de quem vive para dar algo... de quem vive para iluminar alguem... Acredito no que sonho, e sonho com aquilo que nao acredito... Porque o mundo pode nao me ver... Mas no meu coração de estrela, tudo o que quero, é brilhar...

D3S_The Shine of Your Days (08/05/09)

sábado, 6 de junho de 2009

A Mudança que eu não queria...


1 a 6 de Junho de 2009

Eu quando cheguei aquela árvore caiu mesmo à minha frente... Aquela árvore que eu tantas vezes contornara, tantas vezes olhara, tantas vezes cruzara a sua sombra, ali a cair frente aos meus olhos... Chegara eu aquela exacta hora à ponta do corredor da estação, local onde agora será recordado como a chegada da mudança...

Mas isto foi apenas a forma como acabou... Tudo começou pelo sonho de algo encontrar... Estava a uma semana de terminar para entrar "teoricamente" para férias... Mas o meu animo não era muito... Na terça tinha que estar preparado para aquele teste, e acabei por sair mais cedo na segundo... A minha alma escapara segundo os meus dedos, e sabia que tao cedo nao a iria recuperar...

Estava tudo a ser complicado... as respostas nao estavam onde eu as procurava... as coisas vieram ter comigo depois de tanto eu andar atras delas... E eu ali a morrer... era terça feira e o cansaço ja me torturava por dentro... mas nao desisti... alguma coisa me empurrava para a frente da estrada que eu rezara para nao seguir... acabei por adormecer à tarde...

Até que chegara a quarta feira... Estava pronto para tudo... Não sei como, toda aquela instabilidade que me constitui foi suficiente para oferecer resistência aquilo que a mim se opunha... Mas como sempre começei a olhar à minha volta... e dei por mim num clima de mudança que nunca me vira... Dentro de mim algo inspirou momentaneamente e disse, é agora... e eu fiquei estupefacto, sem nada perceber... apenas sentia que algo mudara e que talvez nao voltasse atrás... dei por mim disposto a arriscar tudo... ja nao busco todas as coisas, antes esperos por algumas delas... ja nao tenho nenhum, mas nenhum dos meus medos... Se ja anteriormente o fazia, entao agora é a minha forma de viver...

Mas foi muito duro... talves esta semana tenham existido mudanças que eu não queria... Nessa mesma quarta-feira quando regre..ssava dei por falta de um conjunto de arvores que acompanhava o caminho da minha rua... Nao queria acreditar que elas tinham sido derrubadas para a construção de mais um edifício. Nao eram apenas arvores, era parte do meu passado, do meu presente, de mim... E tal como essas arvores, a energia e a calma que no passado eu tivera eram agora objectos da saudade...

Quinta feira acordei e olhei para o vazio dentro de mim... capaz de tudo, menos de ver o mundo da cor que ele era... E via aquele espaço vazio das arvores que la habitavam... parecia que eu e o meu mundo sofreram da mesma sina... Eu nao desistira nunca, até porque nunca o fiz e nunca o farei... porquue viver é dar aquilo que o coraçao pede e a razao deixa... E na quinta feira entre conversas conheci pessoas com historias de vida fantasticas, historias de resistencia, de vontade, de espirito, e conheci a minha triste história... Amar é assim...

Penso em agir e ago sem pensar... foi o que dissera a uma amiga, na tentativa de lhe explicar o porque de tudo... Disse-lhe que brilhar é o mais importante... Ser quem somos é crucial... Eu nao olhei para a natureza, ou para os ceus, olhei para mim... nao quis saber se gostavam... trabalhei por aquilo que acreditei e acreditei naquilo em que trabalhei... Eu so queria que toda esta força fosse fisica... se assim o fosse, mais nada precisaria para me manter vivo...

E questionaram-me... "Como sabes que estás correcto?"... Eu apenas disse... "Eu nao sei porque é que as estrelas que vejo todos os dias no ceu, la estao... apenas sei que devem ter uma finalidade... e tal como elas eu também sou o mesmo..." E talvez todos nos sejamos assim... talvez todos nos aqui estejamos à procura de uma resposta que é impossivel obter... andamos sem luz à procura daquilo que é invisivel... eu posso nao ver, ou nao encontrar... mas sinto-o... sinto-o todos os dias da minha vida e assim vivo na esperança de um dia entender...

E finalmente sexta... Confuso, cansaço e com sono... esta semana foi uma semana de mudança que eu nao queria... Depois de uma manha exaustiva, o trabalho "acabou"... são as ferias que nunca quis ter mas que preciso... E neste dia, olhei para os olhos de uma rapariga que comigo se cruzara na rua... e percebi, que mais triste que não entender o que connosco se passa, é nao perceber que se passa algo connosco... naquela profundidade afundada pela beleza superficial habitava um sentimento de confusao deveras entristecedor... Entendi que a vida tem de ser guiada segundo o respeito pelos outros, por si, pela compreensao, pelo carinho, pela atençao, coisas que ela de certo nao tivera...

Percebi que embora a mudança cause problemas, ao fim de alguns dias tudo tem tende ao normal... Estas férias sao, como ha poucas horas dissera eu: "existem paisagens na vida, que nada mais sao que pequenas miragens... mesmo assim tens vontade de embarcar... mas como sabes do que se trata, corres na direcção contraria, contra a tua vontade... e assim se começa tudo aquilo que nao acabou..." Para dizer que ainda tenho trabalho pela frente... Que nao vou parar, que nao vou abrandar...

De repente, as mudanças voltam a relembrar-nos a sua existencia... e foi assim que naquela tarde de sexta-feira vi a maior arvore de todas a cair... a arvore de maior porte, que mais significado tinha...

Desejei que tudo mudasse... mas houveram mudanças que eu nao queria...


quando menos esperamos o passado volta