segunda-feira, 25 de maio de 2009

A luz de um dia…

Depois de procurar sem fim um espaço no tempo, fui surpreendido pela luz do dia… Deitei-me tarde, levantei-me cedo… enquanto os meus olhos tentavam captar cada onda luminosa da minha realidade, eu esforçava-me para acordar… Abri a minha janela e o sol não brilhava… No meio da azafama do meu despertar acabei por sair a correr para o trabalho… Não estava em mim, e duvidei que fosse apenas o sono que me atormentava… Estava a aguardar que me dissessem “bom dia”, que olhassem para mim, que lamentassem o meu estado e até que tivessem pena de mim… tinha lutado por completar o que podia, e o que não podia… e cansaço dominava sobre os meus ombros… Mas fui andando… fui sonhando… e à minha que o sono ira embora, o espaço aos meus pensamentos aumentara razoavelmente…

Comecei a olhar à minha volta, e reparei que o sol brilhava… mas dentro de mim… enquanto o vento levava as minhas lágrimas de um passado derramado, a luz vinha de rompante ter comigo… E que dia… perdido em mim, achado em mim, lá estava eu a contemplar o que acontecera…

Hoje foi um dia de oportunidades… Novidades surgiram como as estrelas que cintilam nos nossos céus… E fui olhando… cansado demais para agir, deixei-me mais uma vez… Depois de tudo o que já fiz na minha vida, entendi que às vezes não vale a pena ir atrás de tudo, mas sim aguardar que esse tudo, venha ter connosco… E fiquei surpreendido, pois todo o trabalho que no fim-de-semana parecerá incompleto, transformou-se na melhor coisa que eu podia ter feito… sem querer, a luz deste meu dia criou em mim a força que precisará para recuperar de 3 dias em que apenas as palavras eram a única coisa que não me tivera sido tirada… E tudo fez tanto sentido…

Enfim, percebi que na vida temos tempo… pouco, mas temos… e que todas as tempestades, tem após elas a bonança… A viver com a luz de um dia…

À procura de um espaço no tempo…


Sábado e Domingo, 23 e 24 de Maio de 2009

A minha agenda não parava… e não tinha como parar… só me lembro de ver meias horas passarem à minha frente como meros segundos da paixão… Entre as tarefas e as poucas horas de sono, lá estava eu a ansiar que tudo passasse… que este tempo apenas fossem lágrimas perdidas no oceano da minha vida… À procura de um espaço no tempo… Andava eu ocupado entre cumprir obrigações e ver os outros brilhar… não tinha capacidade de agir… apenas ver passivamente cada emoção que passava à minha frente… quanto mais me esforçava mais o tempo corria contra mim numa ideia de infinita vontade…

E no meio de correrias e emoções, no meio de vontade e falta dela, no meio da paixão e da falta de dedicação, lá estava eu… Não estava a viver… apenas estava a olhar ver tudo passar… porque nem sempre na vida somos donos do nossos presente… Cada hora que eu planeava duplicava, e acabava por demorar o dobro do tempo para terminar de pensar… Eu queria voar… voar na incondicionalidade, voar na fé, voar na vontade… libertar-me daquele mundo estipulador de regras, e manipulador de criações… Sentia o meu espírito preso por não ser livre de criar… Mas tentei fazer tudo… e lutei estes dois dias na esperança de compensar toda a vida que estava a perder… O mundo perdeu o nexo… não fazia sentido, o exterior não existia, o presente passava ao lado… Apenas eu e a minha alma residíamos na esperança de quebrar toda aquela barreira intransponível.

O meu desejo era tão grande, que acabei por pouco fazer… a vida é paga por cada centavo que nos cai do céu… não devemos apenas a nós, mas a quem nos rodeia… arrisquei deixar tempo para quem precisa dele… E assim o fiz… não tenho a certeza, mas certeza tenho que fiz o que certo estaria… À procura de um espaço no tempo… Conheci pessoas, vi histórias, viajei e deixei-me ser levado… deixei abrir o mundo, deixei o ar respirar…

Porque pior que viver num mundo sem cor, é viver num mundo que não se pode pintar…

Hoje fui traído…

Sexta-feira, 22 de Maio de 2009

Hoje perdi-me… não acordei, apenas aspirei o ar matinal… não olhei, apenas deixei a luz reflectir nos meus olhos… não ouvi, apenas deixei os ouvidos captar os sons… em tudo me perdi… existem dias em que procuramos algo, que não fazemos ideia do que seja… no meio de tantos projectos que tinha, nada ficou feito, tudo ficou por fazer…

Não tomei conta de mim… deixei-me perder o meu norte… fiquei à procura da luz que não quis vir ter comigo… Não tinha explicação para estar tudo a correr-me tão mal… o cansaço dentro de mim era mais forte que a vontade de continuar… naquele momento morria por algo que viesse salvar-me…

Perdi a responsabilidade, o respeito, a educação e até a própria alma… tudo o vento levara naquela instância de sensações momentâneas… Perguntei onde é que eu estava, e não fazia ideia da resposta… embora estivesse onde sempre estive, eu estava longe… estava no mundo em que as coisas correu bem, onde todos os sonhos se concretizam, onde as esperanças, são o inicio da realidade… E gostei de lá estar… tudo muito estava muito escuro cá fora… ninguém me fez mal… ninguém me quis perturbar… apenas eu próprio… apenas eu não era eu…

Cheguei a casa e adormeci em cima da minha cama… Nem hesitei, olhando para o mundo… acabei por deixar tudo por momentos para embarcar para a minha viajem de tentativa de descanso… O pior de tudo é que infelizmente naufraguei… acordei repentinamente com uma vontade de voltar ao trabalho… e comecei a trabalhar… e quando comecei, faltavam-me os materiais… e então acabei por ter de pagar com os meus erros… Depois de me ter desligado do mundo, tive que me voltar a ligar… e tanto me custou… voltei atrás... recuei imagens, perdi espaço no tempo… Mas lá voltei… fiz o que tinha a fazer… embora os meus passos fossem o deslizar de um escuro pesadelo, acabei por tentar… e voltando a casa, percebi que pouco mais tinha a fazer… não questiono porque é que chove… percebi que não valia a pena questionar o que me acontecerá… embora hoje tenha sido traído, decidi esperar que o dia seguinte seja melhor…

sábado, 16 de maio de 2009

Voltar à origem do inicio…


Se isto fosse uma corrida, estaríamos a ir para a meta para partir novamente… Se isto fosse um jogo de futebol, o resultado voltaria a 0-0… Se isto fosse o Outono, voltaria a fazer sol… Se isto fosse uma planta, voltaria a ser uma semente… Se isto fosse a minha vida, estaríamos a voltar ao inicio dela…

E quando eu digo voltar ao inicio, refiro-me a voltar as bases de tudo aquilo que sou… Voltar ao básico, ao comum, ao simples, ao inato e ao irreflectido…

Esta semana apanhei chuva… Deixei-me levar pelo toque suave, pela sensação molhada de tudo aquilo que nos faz sentir vivos… Comecei a sentir os perfumes, os aromas, as sensações de fresco… vi o sol tocar no meu rosto… deixei a luz atravessar o meu horizonte… senti o vento forte que assolava a minha face… ouvi o mais pequeno e ínfimo som da natureza, e sonhei com todas as vozes que não tenho ao meu lado… perdi-me por momentos… encontrei-me por outros… guiado pelo nada, esta semana deixei-me levar…

E ao deixar-me levar senti toda a simplicidade que o mundo nos implica… cada estado de alma fazia-me pensar de maneira diferente, ver de forma diferente, respirar de forma diferente… Esta semana vi catástrofes, e milagres… fiquei triste e sorri… fui completado por todas as pequenas coisas pelas quais passamos todos os dias, e nem reparamos…

E deixei-me levar… estava desorientado, e toda aquela sensação fez-me sentir capaz de vencer o mundo… Estava perdido no meio do nada, e aquela luz prometia não me desiludir… e então segui-a, e então cheguei até aqui… acho que viajei… acho que conheci outro pais, outra vida, outra dimensão… não é real, mas também não foi uma utopia… Deixei-me levar…

Numa meio desta semana levei tempestades, brisas, choros e sorrisos… Tanta coisa… Comecei devagar e acabei a correr… comecei a correr, e acabei a sofrer… os extremos foram tantos… mas não me posso queixar… tudo aquilo que digo, que escrevo neste blog é reflexo disto mesmo… e viver é mesmo assim… Mais uma semana passei em que não vi respostas, mas ainda mais perguntas… não vi esclarecimentos, mas mais duvidas… não vi casos desvendados, mas sim mistérios… e assim continuo a viver…

Eu não escolhi as coisas porque passei esta semana… mas ter voltado ao inicio da origem fez-me ver tudo aquilo que me tinha esquecido… as pequenas coisas ficam, as grandes coisas voam… e entre almas, carinho e amor, pouco ficou, mas muito marcou…

Ganhei força para vencer tragédias… o que não me matou tornou-me mais forte… numa semana em que comecei com uma folha em branco, agora está cheia de pontos negros… mas nem por isso desisti… vou enfrentar, vou criar, esperar, viver, desenhar, inventar, cantar, sonhar… vou lutar pelo dia melhor que se segue e tornar a minha origem um novo inicio… Porque podemos cair muitas vezes, que o inicio está sempre a nossa espera para começarmos de novo...

E é isto que vale a pena transmitir… viver por tudo, e apanhar tudo… voltar à origem, iniciar novamente, quantas vezes for preciso… rever o caminho, voltar a trás, perceber os erros, passar à frente, e continuar… Porque embora esta semana eu tenha voltado à origem do inicio, o inicio é sempre um novo começo…

sábado, 9 de maio de 2009

"Afinal eu posso ser sempre melhor..."


Afinal eu posso ser sempre melhor... Ontem dizia que existem dias em que se nasce para brilhar... mas brilhar por quem?... Brilhar por nós... e pegar nesse nosso brilho e dar um pouco a alguém... Mas muitas vezes perguntamo-nos, estarei à altura? Serei capaz de fazer os outros felizes? Serei bom o suficiente para ti? A resposta não sou eu que a dou, nem quem vai receber o nosso brilho... só sei que somos nós que temos essa resposta... tudo aquilo que sentimos, tudo aquilo que pensamos reflecte-nos, diz-nos algo sobre nós... Nao temos que ser melhores pelos outros... temos que ser melhores por nós, de forma a poder fazer também bem aos outros...

Eu sei que não é nada fácil...Como se por vezes viver já não fosse suficientemente difícil, ainda temos que nos superar a nós próprios? A resposta é Sim... Já não é a primeira vez que refiro neste blog que o tempo não anda para trás... Tal como o mundo, evoluímos a cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia que passa... E essa evolução é tao rápida e instantânea que é praticamente impossível dar-mos conta dela... E é muito necessária... não paramos no tempo...

Cada pessoa que passa na nossa vida, cada experiencia, cada emoção, cada sentimento, deixa uma marca, marca uma posição... É certo que muitas destas coisas por vezes são negativas, mas o poder de aprender está em estar perante tudo, e perante tudo saber retirar o que de bom aconteceu... Crescer é mesmo assim... toda a nossa vida crescemos e morremos sem ter-mos terminado de crescer... Criamos conceitos que perdemos, e perdemos conceitos que criamos...

Afinal eu posso ser sempre ainda melhor... a pergunta a perguntar neste momento já não é o porquê, mas o como... Como ser sempre ainda melhor... E a resposta é fácil de dizer, mas difícil de sentir... é preciso sentir... é preciso olhar cada momento da nossa vida, cada toque, cada olhar, e sentir aquilo que se transmite... viver faz com que o mundo se mexa... e cada vez que se mexe, há mais uma lição para aprender... Porque estamos num ciclo de viver e aprender... vivemos para aprender, e aprendemos vivendo... Se cada vez que eu chorar, se cada vez que eu me rir, se cada vez que eu cair, se cada vez que eu voar, eu tentar perceber o porquê, serei uma pessoa mais feliz... Vou perceber, vou adicionar isso aos meus conhecimentos, vou crescer, tomar uma decisão, evoluir, passar à frente...

Não existem limites... "Afinal eu posso ser sempre melhor..." Não paramos num mundo que está sempre a rodar... quer queiramos quer não estamos a rodar também... Não somos para sempre os mesmos... não temos sempre os mesmos princípios, não acreditamos sempre nas mesmas coisas... criamos sonhos, realizamos uns, perdemos outros... Somos capazes de criar coisas inimagináveis... Podemos sempre quebrar um limite, ir mais longe... e cada vez que mais longe vamos, mais longe ficamos... Vamos para a frente e para trás, mas o certo é que nos tornamos melhores com isso...

É mesmo... afinal eu posso ser sempre melhor...