sábado, 6 de junho de 2009

A Mudança que eu não queria...


1 a 6 de Junho de 2009

Eu quando cheguei aquela árvore caiu mesmo à minha frente... Aquela árvore que eu tantas vezes contornara, tantas vezes olhara, tantas vezes cruzara a sua sombra, ali a cair frente aos meus olhos... Chegara eu aquela exacta hora à ponta do corredor da estação, local onde agora será recordado como a chegada da mudança...

Mas isto foi apenas a forma como acabou... Tudo começou pelo sonho de algo encontrar... Estava a uma semana de terminar para entrar "teoricamente" para férias... Mas o meu animo não era muito... Na terça tinha que estar preparado para aquele teste, e acabei por sair mais cedo na segundo... A minha alma escapara segundo os meus dedos, e sabia que tao cedo nao a iria recuperar...

Estava tudo a ser complicado... as respostas nao estavam onde eu as procurava... as coisas vieram ter comigo depois de tanto eu andar atras delas... E eu ali a morrer... era terça feira e o cansaço ja me torturava por dentro... mas nao desisti... alguma coisa me empurrava para a frente da estrada que eu rezara para nao seguir... acabei por adormecer à tarde...

Até que chegara a quarta feira... Estava pronto para tudo... Não sei como, toda aquela instabilidade que me constitui foi suficiente para oferecer resistência aquilo que a mim se opunha... Mas como sempre começei a olhar à minha volta... e dei por mim num clima de mudança que nunca me vira... Dentro de mim algo inspirou momentaneamente e disse, é agora... e eu fiquei estupefacto, sem nada perceber... apenas sentia que algo mudara e que talvez nao voltasse atrás... dei por mim disposto a arriscar tudo... ja nao busco todas as coisas, antes esperos por algumas delas... ja nao tenho nenhum, mas nenhum dos meus medos... Se ja anteriormente o fazia, entao agora é a minha forma de viver...

Mas foi muito duro... talves esta semana tenham existido mudanças que eu não queria... Nessa mesma quarta-feira quando regre..ssava dei por falta de um conjunto de arvores que acompanhava o caminho da minha rua... Nao queria acreditar que elas tinham sido derrubadas para a construção de mais um edifício. Nao eram apenas arvores, era parte do meu passado, do meu presente, de mim... E tal como essas arvores, a energia e a calma que no passado eu tivera eram agora objectos da saudade...

Quinta feira acordei e olhei para o vazio dentro de mim... capaz de tudo, menos de ver o mundo da cor que ele era... E via aquele espaço vazio das arvores que la habitavam... parecia que eu e o meu mundo sofreram da mesma sina... Eu nao desistira nunca, até porque nunca o fiz e nunca o farei... porquue viver é dar aquilo que o coraçao pede e a razao deixa... E na quinta feira entre conversas conheci pessoas com historias de vida fantasticas, historias de resistencia, de vontade, de espirito, e conheci a minha triste história... Amar é assim...

Penso em agir e ago sem pensar... foi o que dissera a uma amiga, na tentativa de lhe explicar o porque de tudo... Disse-lhe que brilhar é o mais importante... Ser quem somos é crucial... Eu nao olhei para a natureza, ou para os ceus, olhei para mim... nao quis saber se gostavam... trabalhei por aquilo que acreditei e acreditei naquilo em que trabalhei... Eu so queria que toda esta força fosse fisica... se assim o fosse, mais nada precisaria para me manter vivo...

E questionaram-me... "Como sabes que estás correcto?"... Eu apenas disse... "Eu nao sei porque é que as estrelas que vejo todos os dias no ceu, la estao... apenas sei que devem ter uma finalidade... e tal como elas eu também sou o mesmo..." E talvez todos nos sejamos assim... talvez todos nos aqui estejamos à procura de uma resposta que é impossivel obter... andamos sem luz à procura daquilo que é invisivel... eu posso nao ver, ou nao encontrar... mas sinto-o... sinto-o todos os dias da minha vida e assim vivo na esperança de um dia entender...

E finalmente sexta... Confuso, cansaço e com sono... esta semana foi uma semana de mudança que eu nao queria... Depois de uma manha exaustiva, o trabalho "acabou"... são as ferias que nunca quis ter mas que preciso... E neste dia, olhei para os olhos de uma rapariga que comigo se cruzara na rua... e percebi, que mais triste que não entender o que connosco se passa, é nao perceber que se passa algo connosco... naquela profundidade afundada pela beleza superficial habitava um sentimento de confusao deveras entristecedor... Entendi que a vida tem de ser guiada segundo o respeito pelos outros, por si, pela compreensao, pelo carinho, pela atençao, coisas que ela de certo nao tivera...

Percebi que embora a mudança cause problemas, ao fim de alguns dias tudo tem tende ao normal... Estas férias sao, como ha poucas horas dissera eu: "existem paisagens na vida, que nada mais sao que pequenas miragens... mesmo assim tens vontade de embarcar... mas como sabes do que se trata, corres na direcção contraria, contra a tua vontade... e assim se começa tudo aquilo que nao acabou..." Para dizer que ainda tenho trabalho pela frente... Que nao vou parar, que nao vou abrandar...

De repente, as mudanças voltam a relembrar-nos a sua existencia... e foi assim que naquela tarde de sexta-feira vi a maior arvore de todas a cair... a arvore de maior porte, que mais significado tinha...

Desejei que tudo mudasse... mas houveram mudanças que eu nao queria...


quando menos esperamos o passado volta

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